São João no Porto

Chegou o dia!

Dia 23 de junho era o dia da festa que motivou nossa viagem!

O clima da cidade durante o dia era agitado pela expectativa dos festejos à beira do rio.

IMG_0812Compramos com antecedência nossos martelos de plástico, uma tradição da ocasião.

Segundo pudemos nos informar, a tradição dos martelos começou na década de 70, com estudantes que se formavam, e a moda pegou. Martelar a cabeça alheia e se deixar martelar é certeza de boa sorte nos anos vindouros.

Mergulhamos nessa tradição com todo o gosto. João não perdia nenhuma oportunidade de dar uma martelada nas cabeças dos passantes.

Outra tradição são os alhos porros, nosso alho poró, com o qual também se pode bater nas cabeças de toda gente. Mas esse não testamos, nem fomos atingidos. Dizem que a tradição do alho-porro estaria ligada ao simbolismo da fertilidade masculina.

Isso porque a origem da festa é pagã. A festa celebrava o solstício de verão, o dia mais longo do ano e o tempo das colheitas. Da época em que o tempo das pessoas caminhava de acordo com a natureza: tempo de arar, tempo de semear, tempo de colher e tempo de festejar.

Depois, quando começamos a dividir o tempo com os ponteiros do relógio, para sempre fomos aprisionados nas infinitas e intermináveis 24 horas por dia, todos os dias, esquecendo de olhar o céu e os campos.

A igreja, levando em conta a tradição de festejos da data, cristianizou essa festa da fertilidade e passou a homenagear São João Batista.

Caminhamos pela cidade durante todo o dia e por todo lado íamos vendo palcos com música ao vivo, muita cerveja e barraquinhas vendendo sardinhas na brasa.

As ruas todas enfeitadas, como aqui no Rio costumávamos enfeitar nos carnavais, ou nas copas mundiais. Essa alegria ainda mora lá no Porto!

Ao largo dos palanques, a qualquer hora do dia, casais dançam como num forró.

Como os palanques seguem a ribeira, de todos os lados do rio é possível escutar as músicas todo o tempo ao longo da caminhada. Algumas vezes um repertório encontra com o outro nos nossos ouvidos. Ouve-se muita música brasileira, de todos os gostos e gêneros.

Nossa rua, que é na beira rio do lado de Gaia, fica fechada ao carros. Uma delícia caminhar por lá.

Mas nossa expectativa era para a hora dos fogos de artifício que pensamos que iríamos ver no réveillon de 2016, quando aprendemos que o foguetório caprichado pertence mesmo à São João.

Ao decidir de que ponto assistiríamos aos fogos, tentamos reservar uma mesa num “roof top” pela internet, mas nunca obtivemos retorno, portanto nosso destino era mesmo a rua.

Escolhemos um pedaço do passadiço da ribeira de Gaia, onde ficamos “na cara do gol”.

Era mesmo em frente à ponte D. Luis I.

Sentei no passadiço com os pés soltos sobre o rio e me apoiei na grade. Um conforto!

Ao nosso lado, famílias inteiras: avó, avô, pais, namorados, bebês, todos juntos aguardando a “badalada” de meia noite, quando a festa dos fogos se inicia. Esse ano demorou uns minutinhos a mais para começar, mas foi mesmo lindo!

Uma cascata de prata caindo da ponte, muitas e muitas chuvas de estrelas, muitos fogos verdes e vermelhos, um show que não deixou a desejar a minha imensa expectativa!

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E o mais lindo, o céu repleto de balões!

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Não sei nem se é autorizado soltar balões, mas fato é que o povo solta.

Balões pequenos. Espero que não representem uma ameaça às matas, mas tenho que confessar que a visão é das mais lindas que já vi.

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O céu fica “pintadinho” de balões!

Cada Balão de ar quente sobe ao céu carregando os desejos de prosperidade e felicidade. Um espetáculo à parte.

Há também a tradição dos manjericos e, claro, compramos um para nossa mesa. E com nossa amiga Sofia aprendemos que se tocamos no manjerico ele mingua. Para sentir seu cheiro temos que esfregar as mãos, como se estivéssemos fazendo um carinho na planta e então o manjerico “oferece” todo seu aroma que fica impregnado em nossas mãos.

Passamos nosso São João em Gaia e pudemos aproveitar cada momento da festa com muita alegria e conforto. Digo conforto no sentido de gente na quantidade ideal. Ideal para a animação e ideal pela aglomeração agradável.

Parece que do outro lado do rio, no Porto mesmo, a coisa é mais apertada. Mais gente, mais música, mais confusão.

Passar o São João no Porto/Gaia foi das melhores coisas que já fiz.

Uma festa para ficar para sempre em nossa memória afetiva.

 

3 comentários Adicione o seu

  1. Margarida disse:

    Muuuuito boooommmm !!!!!💥💥💥💥💥

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  2. Chico Carioca disse:

    Sim! O lançamento de balões é autorizado durante todo o ano, com exceção do período critico que vai de 1 de julho até 30 de setembro. Costumo lançar balões a noite toda nesta cidade juntamente com a minha equipe “Turma Lusa de Lisboa” e de fato é encantador esta festa em Portugal, talvez a melhor de todas as juninas.

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    1. violetavalle disse:

      Obrigada por seus comentários! O São João deve mesmo ser a melhor festa!

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